FRAGMENTOS DO TEMPO
No espelho morno da tua pele
Os pelos despertam ao desejo
E tuas pálpebras vivas movimentam-se lentamente
Como se me devorasse.
O tempo reage
Leio teus seios
O tempo se encerra...
Ao longe imagino a realidade
Em uma nuvem que me sopra sorrisos.
Tua língua tateia-me
E teus gemidos
Incendeiam toda a realidade dos relógios expostos.
A despeito disso.
O tempo... Que contemplo... Em teu corpo... Meu templo.
Desperto de um raio de sol que te banha de dourado
Tua boca devora-me os beijos.
Sinto-te entre meus dedos o que me suaviza.
À noite meu desejo desloca-se a tua procura, minha boca se sobrepõe a tua, e uma música de sol desperta o dia.
O cheiro do teu corpo torna-me cheio de vida, e apenas um sussurrar escapa-me dos lábios... Teu nome
Que sopro no vento para eternizá-lo no tempo.
A SUAVIDADE DO SER.
À noite meu corpo se deixa levar aos desejos
Mas minha boca recusa outras que não sejam teu nome.
O TEMPO PASSA ENTRE OLHARES PERDIDOS.
Apenas meu olhar te toca a pele
E teus pelos despertam.
Acordo, e estais ali inocentemente nua.
Meus pensamentos lambem teu corpo
O tempo desperta-te.
Olhas-me, e tudo se refaz
Somos agora o que nos sobra da realidade
Um abismo cronológico se abre mas o que nos separa é apenas o que as palavras não dizem.
IGNORAMOS O ABISMO E NOSSOS CORPOS SE FUNDEM
ONDE NOSSAS ALMAS SE CONFUNDEM.
Luiz Henrique
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